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Entregue ao momento

Ele chegou com os ombros rígidos, a respiração contida, como se carregasse o peso do mundo nas costas. Os dedos crispados, a postura tensa — tudo nele gritava controle. Mas eu sabia que, com paciência e o toque certo, aquela armadura iria se desfazer.

O primeiro contato foi leve, quase imperceptível, só para quebrar a resistência. Depois, as mãos começaram a trabalhar com firmeza, deslizando sobre músculos tensos, encontrando os nós que guardavam toda aquela rigidez. Aos poucos, a respiração dele foi ficando mais profunda, os ombros cedendo, o corpo afundando no colchão como se finalmente se permitisse sentir.

A pele dele reagia a cada movimento, arrepios seguindo o traço dos meus dedos. Quando meus polegares pressionaram a base do seu pescoço, um suspiro escapou dos seus lábios. Seus olhos se fecharam, e eu soube que ele já não estava mais ali — estava em um lugar onde só existia o presente, onde o tempo não pesava e o mundo lá fora não importava.

Aos poucos, a tensão foi se dissolvendo, derretendo como gelo sob o sol. Seus músculos, antes duros como pedra, agora estavam maleáveis, entregues. E no lugar daquela postura rígida, surgiu algo mais primitivo: o prazer tomando conta, dominando cada centímetro do seu corpo.

Quando terminou, ele ficou deitado por um instante, como se estivesse se reencontrando. Então abriu os olhos, e no olhar dele eu vi gratidão — não só pelo toque, mas por tê-lo levado a um lugar onde ele pôde, enfim, se entregar.


Merece 🤍🤍🤍




 
 
 

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