Quero ser tua perdição preferida

Não quero ser só mais uma na tua agenda, nem mais uma lembrança no histórico do celular.

Quero ser aquela que te tira o sono e bagunça os teus planos.

Aquela que você tenta esquecer, mas lembra no banho. No trânsito. No meio da reunião.

Quero ser a tua tentação constante, aquela voz que sussurra sacanagem quando você tenta ser “certinho”.

Quero bagunçar teu juízo com a mesma classe que tiro minha calcinha.

Te deixar dividido entre o “não posso” e o “só mais uma vez”.

Não me interessa ser a escolha lógica. Quero ser a irracional. A que você sabe que vai te deixar de pernas bambas e cabeça confusa — e ainda assim, volta.

Volta querendo mais.

Volta sabendo que não tem nada mais gostoso do que se perder no que não deveria, mas te faz viver.

Quero ser tua perdição preferida.

Aquela que te beija com vontade e te olha como quem já sabe o estrago que vai fazer.

Que toca teu corpo como quem lê teus pecados e ainda assina embaixo com a língua.

E quando você pensar que já me decifrou, ah...

eu reinvento a malícia, mudo o jogo e te deixo viciado de novo.

Porque se é pra ser desejo, que seja devastador.

Se é pra ser lembrança, que te faça fechar os olhos e morder os lábios.

E se é pra ser tua perdição, que seja com gosto, sem culpa e com replay garantido.